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quinta-feira, 15 de março de 2012

Nicho Plus Size é Alternativa Para Quem Quer Apostar em Moda


Com 24 anos de mercado, há 12 a Kauê decidiu apostar apenas na moda plus size. O resultado são 13 unidades em São Paulo e venda pela internet
Roupas em tamanhos grandes deixaram de ser um pequeno nicho do setor de confecção para se tornarem o único filão a experimentar expansão e crescimento contínuos. Quem diz isso é Ana Cristina de Souza, uma das organizadoras do Fashion Weekend Plus Size, evento realizado nos dias 11 e 12 em São Paulo. "Vale a pena investir porque é um nicho que conta com poucas empresas de qualidade e existe uma demanda forte por esses produtos", defende ela. 
Embora sem dados concretos do setor, Ana Cristina avalia que o boom do segmento ocorreu nos últimos três anos. Além do crescimento da economia como um todo, a mudança do perfil da população brasileira também tem ajudado os fabricantes. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de jovens de 10 a 19 anos com excesso de peso passou de 3,7%, em 1970, para 21,7%, em 2009. 
E são justamente os jovens que impulsionam o mercado plus size. Essa denominação engloba empresas que, além de trabalharem com números grandes (geralmente a partir do manequim 44 para as mulheres), utilizam conceitos de moda em suas coleções. Isso porque roupas em tamanhos especiais sempre existiram. O que mudou foi a modelagem e a adaptação às tendências. "O cliente mais velho geralmente opta por peças tradicionais, que durem mais tempo. Quem está antenado com a moda é o jovem. É ele quem consome mais", explica Ana Cristina. 
Quem deseja apostar nesse nicho tem de estar atento a alguns fatores. O caimento da roupa (modelagem) é essencial para que ela vista bem diferentes biótipos. As matérias-primas, geralmente as que envolvem mais tecnologia, ajudam a desenvolver um produto que não crie volume e não marque o corpo em excesso, por exemplo. Já ter conhecimentos de moda é essencial para conseguir traduzir o que é apontado como tendência para o público plus size. "Acabou o tempo em que uma roupa para gordinhos era feita apenas para esconder. Hoje, tanto homens quanto mulheres querem usar o que todo mundo está usando, apenas com alguns ajustes", afirma Ana Cristina. 
A realização da quinta edição da Fashion Weekend Plus Size é um dos indicativos de que o segmento vai bem. Idealizada pela jornalista Renata Poskus Vaz, o evento hoje reúne confecções, lojistas e varejo. O objetivo é que o segmento plus size também faça parte do calendário de moda nacional. 
Mas, apesar de existir uma clientela disposta a consumir, ainda são poucas as lojas que adotam os tamanhos especiais. ¿Há demanda em todo o Brasil, mas somente São Paulo, Rio e algumas cidades do Sul têm olhado para esse nicho¿, analisa Ana Cristina. Para ilustrar, ela conta que as modelistas especializadas são "disputadas a tapa" e que as modelos têm sido cada vez mais requisitadas. "Oplus size é um caminho sem volta", completa. 
Há 24 anos no mercado paulistano, a marca Kauê Modas passou a chamar-se Kauê Plus Size em 2010. Uma das pioneiras no ramo, a loja começou a apostar no segmento de tamanhos especiais em 1990. "No início, tínhamos três unidades. Em um delas, vendíamos roupas em tamanhos grandes para senhoras. Percebemos que as jovens gordinhas até entravam na loja, mas não encontravam produtos que gostavam. Foi quando adotamos o plus size como carro-chefe", diz Eliana Chican, sócia-proprietária.
Hoje, a marca tem confecção própria e 13 unidades em São Paulo, além de vender pela internet. Márcia Chican, também sócia-proprietária e diretora de estilo, explica que a proximidade com os clientes foi o que ajudou o negócio a crescer. "Ouvíamos as sugestões deles, sem deixar de prestar atenção nas tendências. Foi assim que vimos que a mulher gordinha também gosta de ousar. Usar cores, estampas, brilhos", afirma. 
Um aspecto importante levantado pelas irmãs é o fato de que algumas lojas se dizem plus size, mas trabalham somente com numeração até 48 ou 50. Na Kauê, a moda feminina vai até o manequim 60 e a masculina, até o 70. 
Como dica para quem quer empreender nesse segmento, Eliana aconselha cuidado na hora da venda. "Às vezes, um cliente afirma que veste um número, mas, nossas vendedoras sabem, veste outro. É preciso delicadeza para oferecer uma roupa em um tamanho maior."

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