Crise e consumo
Como era de se esperar, diante da crise que se abateu sobre os países desenvolvidos, a pesquisa revela que enquanto o consumidor europeu e norte-americano está mais cauteloso, os dos países emergentes declaram que vão gastar mais em 2011 e
As tendências mostram que é necessário construir formas diferenciadas de chegar ao clientes e entender de que maneira a marca é percebida pelo consumidor. “Essa percepção envolve tudo em torno do produto. Há muito a dizer, por exemplo, na forma como a mercadoria é entregue ao cliente. Algumas empresas na Europa perceberam que mesmo nas compras online, o cliente gosta de ter a experiência de retirar o produto como em uma compra convencional. Diante dessa demanda, criaram armazéns para que os compradores pudessem ter essa experiência, ou seja, entenderam que alguns consumidores não querem que a compra seja desprovida de estímulos táteis. Trata-se de uma alternância; a combinação entre os mundos online e offline”, detalha Al-Assal, acrescentando que o formato é chamado de drive-through.
Com mais informações e ferramentas online, os consumidores são mais exigentes e pesquisam muito antes de comprar. “Na Europa, por exemplo, vemos uma geração que busca conveniência de maneira ampla. Então, as marcas tendem a reduzir a gama de produtos oferecidos, focando nos essenciais – uma tentativa concreta de ser ágil e eficiente. Esse consumidor quer comprar um número reduzido de produtos que resolvam as necessidades diárias. Há o anseio por uma vida mais simples, descomplicada”, detalha o diretor da Voltage. Ainda segundo Paulo Al-Assal, o consumidor – em especial o norte-americano e europeu – está fascinado pela procedência da alimentação. “Eles querem saber de onde vem o produto alimentício adquirido e, sobretudo, a história da empresa. Alguns varejistas têm investido, inclusive, em exposições interativas e educacionais destinadas a aproximar o cliente do processo de produção”, afirma o especialista.
Nova tendência
A pesquisa também revela que o novo consumidor busca autenticidade. É nesse contexto que a tendência Rurbanism está inserida. Estreitamente relacionada com a redescoberta do convívio – uma reação avessa à onipresença da vida online e digital – a tendência revela-se na valorização dos “bastidores” do processo de produção. “Os consumidores, sobretudo europeus, estão cansados do anonimato das corporações multinacionais, ou seja, querem saber a procedência dos produtos; querem saber sobre o trabalho qualificado que está por trás dos produtos”, afirma Al-Assal. A Revolução Rurban está sendo impulsionada por uma mudança da geração do “eu” que será substituída pela geração do “nós”. Fiéis a marcas e varejistas que norteiam a atuação pela responsabilidade socioambiental, esses consumidores têm o serviço comunitário como parte do seu DNA. Alguns, inclusive, estão investindo na produção de alimentos para consumo próprio. Na esteira da tendência, redes de supermercado na Europa aumentaram a oferta de alimentos orgânicos e feitos caseiros, produzidos por cozinheiros locais.
Sem fronteira, por telefone
Por outro lado, os gestores das lojas “convencionais” devem atentar para a presença online como forma de maximizar as vendas. Uma outra vértice da questão revela que os varejos locais devem investir para ampliar a atuação por uma questão de sobrevivência do negócio. Na Europa, o varejo online deve crescer 11% em 2011 – segundo análises do Centre for Retail Research. Nos Estados Unidos, as compras online devem registrar um aumento de 10% ao ano até 2014, com faturamento de US$ 249 bilhões, o que corresponde a 8% das vendas do varejo norte-americano. O mundo está diante da segunda geração de e-compradores. Na prática, o varejo online migrou dos computadores para os smartphones. A pesquisa revela que até 2015, os consumidores de todo o mundo devem gastar cerca de US$ 119 bilhões em bens e serviços adquiridos via celular. No Japão, o m-commerce (mobile commerce) é responsável por 50% de todas as transações, de acordo com a operadora O2, principalmente pela facilidade em pesquisar preços. Nos Estados Unidos, as compras com celular devem atingir a marca de US$ 8,6 bilhões em 2014, de acordo com a ABI Research. “Na Starbucks, por exemplo, o cliente paga suas despesas pelo celular, tornando o aparelho um cartão de crédito e débito”, conta Paulo Al-Assal, acrescentando que nos Estados Unidos, 30% dos adultos usam o telefone móvel para comparar preços antes de comprar.
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